terça-feira, 25 de maio de 2010

Vaidade e Envelhecimento

Artigo escrito pela psicóloga e piscanalista Claudia Finamore (http://www.apoiopsi.com.br) para o site Minha Vida
(http://www.minhavida.com.br/conteudo/11299-Vaidade-e-envelhecimento.htm).




















Vaidade e envelhecimento
Por que a beleza está associada a juventude?
Publicado em 13/5/2010

A vaidade boa e a vaidade má

A vaidade, na Psicanálise, está ligada ao conceito de narcisismo. Mas, para facilitar o entendimento e evitar uma exposição teórica, vamos falar de forma mais simples. A vaidade é natural do ser humano. E quando em equilíbrio, promove a saúde e o bem estar do sujeito.

Uma vaidade diminuída também tem suas conseqüências, pois o sujeito disponibiliza poucos cuidados para si. Entretanto, de modo geral, nossa sociedade encontra-se num momento de vaidade excessiva. A sociedade moderna busca a felicidade.

Este é o valor de maior importância da atualidade. As noções de beleza e juventude estão atreladas à felicidade, e por isso, tão valorizadas. Agora, os exageros, sejam para mais ou para menos, podem representar questões psíquicas que estão em desequilíbrio, em desarmonia, e surgem como sintomas no excesso de vaidade.

O apego à juventude é um modo de negar o envelhecimento.Aprendemos na infância
Os contos de fadas procuram estabelecer o valor moral do bem sobre o mal. É a princesa boa, que é judiada pela madrasta má. E no final da história, a felicidade é alcançada pela princesa boa.

Porém, há uma dicotomia nos contos de fadas, pois a beleza física está atrelada ao bem. Nos contos originais, o belo pode ser lido como beleza estética, mas também como O Bem.

Se pensarmos nos filmes, desenhos e revistas que trazem esses contos, as princesas sempre são belas fisicamente. E numa sociedade cuja imagem é um modelo forte, a beleza física das princesas se sobressai à beleza moral.

Perda da juventude

A beleza é um conceito estético e, por si só, não está atrelada ao envelhecimento. Um quadro não deixa de ser belo por ter sido pintado há 60 anos.

Porém, em relação ao homem, a beleza está ligada à juventude. Uma mulher de 60 anos, embora possa ser muito bonita, não é considerada como tal por ter perdido os predicados da juventude. E o apego à juventude é um modo de negar o envelhecimento, e por sua vez, a morte. Na realidade, é a morte que o homem moderno não suporta.

É o desconhecido que apavora o ser humano, pois não há registro da própria morte no inconsciente do sujeito. E numa tentativa de lidar com o pavor da morte, o homem busca negar a própria morte através da tentativa de manutenção da juventude que se perde ao longo do tempo.

Ideal de beleza

Existe um ideal de beleza em nossa sociedade que é inalcançável, o que provoca a busca incessante pelos mais diversos métodos estéticos.

A busca por esse ideal de beleza não permite a existência das diferenças. Se essa busca é exacerbada, é importante que a pessoa busque um tratamento analítico, pois esse exagero de vaidade é um sintoma de um sofrimento psíquico que precisa de cuidados.